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Astrônomos descobrem raras relíquias fósseis do início da Via Láctea com​ ​anomalias​ ​químicas​ ​nu

Uma equipe de astrônomos liderada por J. G. Fernández-Trincado, Olga Zamora e Diogo Souto da Universidade de Concepção (Chile), do Instituto de Astrofísica de Canarias (Espanha), do Observatório Nacional (Rio de Janeiro) respectivamente, em conjunto com a colaboração do projeto SDSS-IV (Sloan Digital Sky Survey) estavam a procura de relíquias fósseis da origem da nossa via Láctea quando acidentalmente se depararam com uma excitante descoberta. Eles encontraram provas convincentes de uma nova família de estrelas gigantes vermelhas com produtos de nucleossíntese estelar incomum, anteriormente desconhecidos. Estas estrelas com padrão químico atípico nunca foram observadas na via Láctea e quando traçamos suas trajetórias dinâmica, verificamos que elas podem ter tido sua origem em um ambiente extragaláctico.


A equipe utilizou dados de espectroscopia em alta resolução obtidos com o espectrógrafo APOGEE-2 (Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment) que tem como objetivo principal entender e mapear a evolução química da Galáxia. Com o APOGEE, é possível adentrar em regiões distantes da Galáxia já que se trata de um espectrógrafo no infravermelho, além do mais, conseguimos determinar abundâncias químicas para mais de 20 elementos em mais de 200.000 estrelas gigantes vermelhas espalhadas pela Galáxia. Estudar a composição desta enorme amostra permitiu aos pesquisadores buscarem por inesperadas peculiaridades químicas, o que nos levou à descoberta de um pequeno grupo de estrelas muito diferente de qualquer amostra anteriormente conhecida.


Esta nova população estelar descoberta é muito deficiente em alguns elementos, como magnésio e carbono. Por outro lado, apresenta um alto nível de nitrogênio, alumínio e também ferro, o que sugere que esta família não deve estar associada a nenhum aglomerado globular existente nos dias atuais. Suas propriedades químicas únicas tornam estas estrelas anômalas candidatos ideais para ser um fóssil vivo deixado durante os momentos iniciais da Via Láctea, ou mesmo relíquias fósseis de aglomerados globulares extragalácticos interrompidos.






Outros cenários especulativos incluem a possibilidade de que a química anômala desta família seja consequência da transferência de massa por sistemas binários ou por explosões de Supernova de estrelas com cerca de 30 massas solares. JG Fernández-Trincado da Universidade de Concepção, Chile, e principal autor do estudo explica que; “Tais fósseis galácticos permitem aos astrônomos reconstruir uma parte importante da história química da nossa via Láctea”.


A equipe planeja usar essas estrelas recém-descobertas para entender melhor a nucleossíntese e a evolução estelar. Detalhes adicionais sobre esta recente descoberta foram publicados na revista Astrophysical Journal Letters, link do artigo na revista http://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/aa8032?fromSearchPage=true e o link do artigo em repositório de acesso livre https://arxiv.org/abs/1707.03108 .




Nota: este texto é uma tradução livre do resumo redigido por JG Fernandez-Trincado e envidado à universidades e agências de divulgação científica.






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