Título do Artigo: Chemical abundance gradients from open clusters in the Milky Way disk: results from the APOGEE survey
Primeir@ autor@: Katia Cunha
Revista publicada: Astronomische Nachrichten,Volume 337, Página 922, outubro de 2016
O estudo de gradientes de metalicidades na via Láctea é uma das formas mais fáceis e objetivas de se ter uma ideia da evolução química da Galáxia. A utilização de estrelas pertencentes a aglomerados abertos como amostra é de grande valia, já que é mais fácil ter uma estimativa geral da metalicidade, distancia e idade destes objetos. O termo gradiente se refere a variação de determinado parâmetro em função de um outro. No nosso caso, é a variação da metalicidade dos aglomerados abertos em função da distancia Galactocêntrica. Distancia Galactocêntrica é a distancia do objeto ao centro do Sol.
Neste trabalho nós estudamos uma amostra de 304 estrelas que pertencem a 29 aglomerados abertos abertos que foram observadas com o APOGEE utilizando dados do DR12. Analisamos a variação da abundância de seis elementos em função da distancia Galactocêntrica deste, como Fe, O, Mg, Si, Ca e Ni. Estudar este tipo de ciência é um dos principais objetivos do levantamento de dados SDSS-APOGEE.
Um dos resultados obtidos neste trabalho foi o de que os elementos gerados a partir dos processos alfa apresentam um gradiente de metalicidade marginalmente menor que elementos do pico do ferro, onde [O/H], [Ca/H], [Si/H], and [Mg/H], ~ -0.035 dex kpc-1 e -0.040 dex kpc-1 para [Fe/H] e [Ni/H], respectivamente. Essa diferença pode ser vista na Figura 1, onde apresentamos o gradiente de abundâncias para estes elementos citados. Este resultado obtido corrobora com outras determinações previamente encontrada na literatura.

Figura 1 - Gradientes de abundâncias química para uma amostra de aglomerados abertos observados pelo APOGEE. Os triângulos representam a abundância média para cada aglomerado calculado a partir de abundâncias estelares individuais dos membros do cluster no levantamento SDSS-III / DR12. As distâncias galactocêntricas adotadas para os aglomerados são do catalogo de Dias et al. (2002).
Um outro interessante resultado obtido é que o gradiente de metalicidade da Galáxia é também dependente da idade estelar. Verificamos que estrelas mais jovens, alguns milhões de anos possuem um gradiente de metalicidade mais plano, com variação da ordem de -0.025 ± 0.017 dex kpc−1. Por outro lado, aglomerados mais velhos, com bilhões de anos, possui praticamente o dobro da variação da metalicidade comparada com aglomerados jovens, da ordem de -0.049 ± 0.017 dex kpc−1. Este resultado indica que estrelas formadas na atualidade tender a ter uma composição mais rica e homogênea em metais.