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Uma Estrela com Química de Halo e Dinâmica de Disco

Título do Artigo: Discovery of a Metal-Poor Field Giant with a Globular Cluster Second-Generation Abundance Pattern


Primeir@ autor@: J G Fernandez-Trincado


Revista publicada: The Astrophysical Journal, Volume 833:132, Página 7, dezembro de 2016



Existem dois tipos de aglomerados estelares na via Láctea, os aglomerados abertos já discutidos em alguns trabalhos por aqui, e os aglomerados globulares. Os aglomerados globulares têm algumas características que se diferem dos abertos. Eles são normalmente mais pobres em metais ([Fe/H] < -1.00), compostos por estrelas mais velhas e estão dispostos no Halo Galáctico. O mais conhecido aglomerado globular é o omega centauri, que fica na constelação de centauro e pode ser visível a olho nu em regiões com boa visibilidade. Como comentamos no artigo do NGC 6791, alguns aglomerados globulares apresentam um adicional período de formação estelar que pode ser consequência de um enriquecimento do meio através de uma explosão de supernova no aglomerado. Desta forma, seriam formados, no mesmo aglomerado, um conjunto de estrelas com propriedades químicas em alguns elementos diferenciada àquelas da sua formação inicial, entretanto, com as mesmas características dinâmicas.


Neste trabalho nós apresentamos resultados químicos e dinâmicos para uma estrela muito peculiar localizada no disco Galáctico, a 2M16011638-1201525. O estudo químico desta estrela revelou que ela possui claras assinaturas de que foi gerada em um meio de segunda geração de estrelas em aglomerados globulares (SG-GC). Essa assinatura pode ser vista na análise de razão [Al/Fe] como função de [Mg/Fe] pelo fato de que o Al é um dos elementos que têm a sua abundância acrescida durante um período de segunda formação estelar em aglomerados. Esta razão pode ser claramente observada na Figura 1, onde a nossa estrela em particular é denotada pelo simbolo em forma de estrela e comparada com estrelas de outros aglomerados globulares.


Figura 1 - Abundâncias de 393 estrelas gigantes vermelha em 10 GCs (Meszaros et al. 2015). Estrelas de primeira geração é apresentada pelos símbolos quadrados abertos e as de segunda geração com símbolos quadrados preenchidos. O símbolo de estrela negra indica a estrela em questão analisada neste trabalho.


Já que a estrela em questão tem padrão químico de aglomerado globular, uma possível explicação para esta estaria relacionada a processos de migração estelar. Onde, de alguma forma a estrela foi ejetada de seu aglomerado de origem e, por conseguinte, levada até o disco Galáctico. O interessante é que quando traçamos a trajetória dinâmica da estrela, observamos é impossível que ela tenha pertencido ao Halo, local onde os aglomerados globulares são encontrados.



Em suma, a estrela observada tem efetivamente um padrão químico similar às estrelas do Halo com dinâmica de estrelas do disco. Uma possível explicação para esta ambiguidade pode ser explicada como sendo uma nova família de estrelas descobertas. Outra explicação possível é que esta estrela em algum momento de sua história teria uma companheira binária e que esta diferença química encontrada é fruto de um breve processo de coalescência e interação entre estas.









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